O título desse primeiro post é o nome de um site famoso. Um nome que eu adoro, diga-se de passagem. E que cabe aqui como nenhum outro; por isso, me desculpem o plágio.Acreditem ou não, destino existe. O que acontece é que, na maioria das vezes, estamos distraídos ou focados em outras coisas. E com isso não percebemos, não vemos, ou ignoramos os recados da vida.E o meu recado foi exatamente assim: eu tinha por volta de 16 ou 17 anos, estava num ponto de ônibus vazio, sentada num banco. E quando olho pro lado, tinha uma máquina fotográfica. Ali. Do nada. Sem mais ninguém.As pessoas que estavam por perto, estavam longe o suficiente. Perguntei pra um passante: essa máquina é sua? Alguém deixou aqui! E não era, claro.Esperei por 45 minutos o ônibus e ninguém apareceu. Peguei a máquina pra mim. Errado ou não - hoje acho que não pegaria, mas naquele dia, algo me disse pra eu pegar.Chegando em casa, abri a máquina: cadê o filme? Não tinha.Era ela:
E desde então, ou até mesmo antes disso, a fotografia entrou na minha vida.E juntas, eu e essa Pentax vivemos muitas coisas. E foi com ela que tirei fotos lindas do Sul. De amigos, dos meus aniversários. 36 poses, coisa à beça!
Depois dela (não sei quanto tempo depois) passei para as digitais. Entrei na faculdade de jornalismo, tive fotografia como matéria, aprendi a revelar, fiz trabalhos super interessantes e alimentei um pouco mais o hobby que eu tinha.Pequenas, práticas e maravilhosas naquela época, as máquinas portáteis viraram minhas companheiras tais como o celular é nos dias de hoje. Não teve uma festa em que ela não tenha ido comigo (alô Gigi, obrigada por ter passado esse vício pra mim!):
Antes dessa pretinha (que pasmem, só lembrei que ainda tinha hoje, preparando esse post!) eu tive uma prata e uma rosa. rsNesse último domingo eu estive na Lagoa, e caminhando, vi um grupo que participava de um picnic. Enquanto todos comiam, riam, conversavam, um rapaz tirava as fotos dos amigos. De maneira informal, mas muito concentrado, ele estava ali, participando como expectador. Era parte, mas participava à parte, entendem?E aí que, desde que achei a Pentax no ponto de ônibus, eu passei a ser esse cara: nas viagens, nos encontros, em casa. Eu estava sempre ali. E estava também fotografando.E no meu quarto sempre (ou desde que eu me lembre) teve mural. E eu amava trocar as fotos, Revelar as 36 poses, ver como as fotos tinham ficado. E mais tarde, selecionar no computador as fotos que eu ia imprimir.E fui, ao longo da vida juntando essas impressões, fragmentos da minha vida, da minha história, de quem fui, do que vivi, de onde estive, de quem amei, de amigos e amigas que ainda estão por perto, de amigos que nem lembro mais.
Quem tem mais de 20 anos deve saber o que esses "albinhos"significam. rsE tenho muitos deles, mas muitos MESMO! E tenho outros, maiores, coloridos, menores, fofos, todos desorganizados de um jeitinho lindo que só eu entendo.Mais ou menos dois ano antes da Sofia, minha filha, nascer, meu namoro com a fotografia estava sério: fiz um primeiro curso de fotografia (no Senac, super recomendo para quem quer fotografar informalmente). E minha intenção nunca foi ser profissional, mas aprender a mexer melhor na minha máquina nova, uma Xsi da Canon que comprei para ter fotos um pouco melhores. O hobby já tinha grandes proporções nessa época e eu saía com amigos pra fotografar pessoas, paisagens, coisas, feiras, o que visse pela frente.Um ano antes dela nascer fiz meu segundo curso (no Ateliê da Imagem), um curso de direção de modelos, fotografava algumas meninas (fazia books, como a gente chamava os ensaios na época), pessoas na rua para um blog que eu tinha, perambulava entre fotógrafos, acompanhava amigos mais experientes, adorava passar as tardes no studio do Faya, um profissional fodão aqui do Rio. E tentei estagiar num estúdio de publicidade (no mesmo prédio do Faya, onde eu ficava mais do que devia), mas não gostei do pouco que vi e me mandei. rsE ai, Sofia nasceu.
E a fotografia, bem como todo resto, virou plano secundário. rsClaro, ela passou a ser meu assunto favorito e, mesmo que, ainda leiga, fotografei, fotografei e fotografei todos os seus detalhes. E meu amor por ela. E seus cílios grandes. E sua manchinha. E o jeito de pôr as mãozinhas pra dormir...E tudo que me ajudasse, ao longo da vida, a lembrar desses momentos únicos que passam voando.
E mesmo sem saber muito registrei também os seus primeiros passos no aniversário de um ano:
Ainda que nessa época eu também não pensasse em transformar a fotografia na minha profissão, eu já era, sem saber, "A Menina da Foto". Em todo lugar, sempre que possível, estava lá eu, registrando os acontecimentos.Algumas amigas me chamavam de fotógrafa, outras diziam que eu deveria fotografar crianças, mas eu realmente não cogitava essa hipótese. Podia até pensar em, talvez, um dia. Mas algo muito vago pra se tornar palpável.E fotógrafa não. Eu sabia fotografar (achava que sabia né?), o que é bem diferente. rsPor conviver com fotógrafos e por ter o mínimo de noção de suas responsabilidades, demandas, conhecimentos, competências, equipamentos, cursos e tudo o mais que envolve a vida de um profissional, eu não aceitava ser chamada de fotógrafa até dois anos atrás. Eu achava um desrespeito com meus amigos de fato profissionais.Então que, há dois anos, ainda trabalhando como jornalista, eu tinha frelas em que, além de fazer conteúdo escrito, eu também fotografava. Sai do emprego, abri o meu negócio (de conteúdo) que ia muito bem, obrigada, quando fui indicada para fazer um trabalho que mudaria toda a minha vida:Fotografei um casamento com a ajuda de um amigo já experiente, incorporei a fotógrafa que morava em mim desde aquele achado (ou seria encontro?) no ponto de ônibus e me joguei não naquilo que eu escolhi, mas que me escolheu.E fotografei filhos de amigas, e a minha filha. E o primeiro trabalho apareceu (Paula, minha eterna gratidão à você), o segundo, o terceiro, e outro e mais um. E cá estou. Contando pra vocês um pouquinho da minha história, parte da minha trajetória profissional, de como as coisas foram acontecendo, de como eu larguei tudo e resolvi agarrar essa paixão que já me rondava fazia tempo.
Isso tudo é porque eu não poderia estrear o Blog de outra forma, senão contando pra vocês de onde e como eu surgi.Tudo isso pra dizer, pra fazer pensar sobre como a vida é louca, como dá voltas, como as coisas mudam e nos surpreendem - muitas e muitas vezes de forma positiva.É isso: Blog no ar! E eu muiito feliz em poder juntar minhas duas paixões: a escrita e a fotografia.Que vocês estejam sempre por aqui e que este seja um canal de troca, de histórias, de usar a fotografia para produzir algo além.Espero que gostem! E que se preparem; estou trabalhando em algumas novidades e em conteúdo exclusivo pra cá. Que aqui seja a casinha da criatividade, de usar a fotografia para falar de outras coisas, e de eu explorar e superar novas barreiras.Vamos juntos?Beijos, Teca.